INSATISFAÇÃO
Alcolumbre rompe com Wagner após indicação de Messias ao STF
Presidente do Senado teria avisado a aliados que Lula não o comunicou previamente da escolha

Por Anderson Ramos

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mostrou insatisfação com a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).
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Segundo a jornalista Daniela Lima, do Uol, Alcolumbre avisou a aliados que Lula não o comunicou previamente da escolha e que rompeu com Jaques Wagner (PT), líder do governo no Senado.
De acordo com a publicação, entre os aliados de Alcolumbre, há quem pregue acelerar a tramitação da indicação, pautar rapidamente a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça e, no mesmo dia, levar o nome de Messias ao plenário. Tudo para que o governo não tenha tempo de articular uma reação.
Há um consenso no Senado que Messias não tem os 41 votos necessários para ser aprovado e com a oposição aberta de Alcolumbre, a situação fica ainda mais complexa.
Evangélico, mas de esquerda
Jorge Messias é evangélico da Igreja Batista, sendo frequentador assíduo do templo de Brasília desde 2016. O ainda advogado-geral da União também tem participado com frequência dos grandes eventos protestantes, como a Marcha para Jesus, uma das principais manifestações dos movimentos cristãos no Brasil.
Apesar do alinhamento recente da parcela evangélico ao discurso liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Messias se define como um homem de esquerda, embora seja conservador.
Carreira de Messias
Jorge Messias é procurador da Fazenda Nacional desde 2007, passando por outros cargos dentro da esfera federal. O ainda ministro da AGU também foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República, secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação e consultor jurídico dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Aceno de Lula
A escolha de Lula para o Supremo é tida como um aceno do presidente aos evangélicos, pouco menos de um ano para as eleição presidencial. A ideia, segundo nomes consultados recentemente pelo Portal A TARDE, é fazer algo na mesma linha de Bolsonaro, que indicou André Mendonça para a Corte durante seu mandato.
Na época, Bolsonaro afirmou que colocaria no STF alguém "terrivelmente evangélico", recebendo amplo apoio de lideranças do setor.
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