SALVADOR
De mirante à galeria: saiba destino do Palácio Thomé de Souza
Local é atual sede da prefeitura, contudo, decisão judicial força mudança do Executivo
Por Gabriela Araújo e Redação

Há 39 anos, a Praça Thomé de Souza se tornou ‘casa’ da prefeitura de Salvador. Com vista para a Baía de Todos-os-Santos e o Elevador Lacerda, cartão-postal da cidade, a estrutura da sede, considerada símbolo da engenharia moderna, dará adeus ao espaço nos próximos meses.
A mudança definitiva deve-se a uma antiga decisão judicial que se arrasta há mais de 20 anos na Justiça Federal, que finalizou no ano passado. Sem saída, a gestão municipal já tem um novo destino: o Palácio Arquiepiscopal, situado na Praça da Sé, como já adiantado pelo Portal A TARDE e confirmado pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil).
O secretário de governo (Segov), Cacá Leão, responsável pela tramitação, afirmou que a escolha do novo local teve aval de Reis, que não abre mão do Centro Histórico. A transferência acontecerá entre os meses de junho e julho.
“Decisão judicial, a gente discute até onde pode ser discutida. Quando ela chega aos seus trâmites finais, a gente cumpre, né? [...]. O prefeito jamais admitiria que a prefeitura deixasse o Centro Histórico, por tudo que foi feito pelo Centro Histórico, principalmente nos últimos anos de revitalização e pela marca que ali tem”, contou ao Portal.
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A estrutura projetada para o Executivo soteropolitano, foi pensada por João Filgueiras Lima, conhecido como Lelé, desenvolvida com o intuito de ser provisória, leve e desmontável. Sem a estruturação, o espaço deve ser doado para a Universidade Federal da Bahia (UFBA), de acordo com o Segov.
Planos para novo espaço
A ideia inicial do prefeito Bruno Reis (União) era transformar o local em um grande mirante em razão da vista panorâmica para a Cidade Baixa, abarcando o Mercado Modelo e as águas cristalinas da Baía de Todos-os-Santos.
No âmbito do Legislativo, também há planos ambiciosos para o espaço. O vereador André Fraga (PV) deseja que a área seja transformada em uma galeria de arte, incluindo bibliotecas parques, seguindo os modelos já existentes no Rio de Janeiro e Medelín, na Colômbia.
“Abrir o prédio de Lelé para a população transformando-o em uma biblioteca parque, galeria de arte, memorial, inserida em um novo contexto, é uma forma de garantir que esse patrimônio siga encantando as pessoas. Inserir ele num parque é outra forma de promover esses objetivos”.
O projeto de indicação foi protocolado pelo edil na última segunda-feira, 10, e ainda deve ser analisado em plenário pelos demais vereadores. Caberá ao prefeito seguir ou não a proposta desenvolvida pelo aliado.

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