CÂMARA DE SALVADOR
Vereador de Salvador alega racismo e corre risco de ser cassado
"Um parlamentar chegou a afirmar que tem medo de sentar ao meu lado", disse
Por Redação e Gabriela Araújo

O vereador Hamilton Assis (PSOL) alegou ter sido vítima de racismo na Câmara Municipal de Salvador (CMS), após ser apontado como um dos responsáveis por articular a invasão dos servidores ao Centro de Cultura durante a votação do reajuste salarial, no dia 22 de maio.
Para o edil, os ataques proferidos pelos colegas vão além de retaliação política e teriam o intuito de deslegitimá-lo e silenciá-lo por meio da associação a estereótipos negativos.
“Nessa Casa, em razão do meu apoio aos professores e professoras, além da minha posição contra um PL que destroçou nosso Plano de carreira, foi levantada a possibilidade de eu ser um drogado, mentiroso, dentre outras ofensas. Um parlamentar chegou a afirmar que tinha medo de sentar ao meu lado. Sei que sou atacado pelo que represento. Também sei que a imputação de um estereótipo do homem negro violento é próprio do racismo”, afirmou o vereador.
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O psolista, inclusive, é alvo de uma representação que pode resultar na cassação do seu mandato na casa legislativa. Na última sessão, realizada na terça-feira, 17, a Câmara instalou o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para analisar o documento.
Em resposta, o vereador disse: “Não vamos aceitar esses ataques, não vão silenciar o nosso mandato, que é socialista, popular e está ao lado dos interesses da população”.
Relembre invasão
Os vereadores Sidninho (PP) e Maurício Trindade (PP) foram hostilizados por sindicalistas durante a sessão extraordinária da Câmara Municipal de Salvador, na tarde desta quinta-feira, 22, que discute o reajuste salarial dos servidores do município.
O grupo, que acompanha os trâmites da votação no plenário da Casa, tentou impedir o acesso da imprensa, pouco antes da sessão. Em seguida, os servidores municipais invadiram a sala onde ocorre a sessão, no Centro de Cultura da Câmara Municipal, sede provisória do legislativo.
Maurício Trindade, 1º vice-presidente da Casa, chegou a entrar em luta corporal com um dos servidores, sendo agredido. O vereador Sidninho foi mordido no braço na mesma confusão, na sequência.
Outras polêmicas
Esta não é a primeira vez que o vereador se envolve em polêmica no Legislativo. Em fevereiro deste ano, na reta final das negociações para a composição das comissões temáticas, Assis foi às redes sociais acusar o presidente Carlos Muniz (PSDB) de excluir o seu partido das negociações.
“Estamos sendo discriminados pelo presidente da Câmara! Carlos Muniz, se recusa a dialogar com a bancada do PSOL sobre a composição das Comissões Permanentes. Querem nos excluir da mesa de decisões”, escreveu à época.
O vereador ainda insinuou que o chefe do Legislativo se reuniu com os demais partidos e ignorou as conversas com a legenda. “Estamos totalmente excluídos de qualquer encontro preliminar!”.
“As negociações políticas, que não levem em consideração experiência, legitimidade no campo, trazem um grande prejuízo para toda a população. Não é para isso que acompanhamos a situação de secretarias como a de Educação”, criticou.
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