POLÍTICA
Como a Bahia vai enfrentar o tarifaço? Veja a estratégia do governo
Secretário Estadual de Agricultura fala sobre impacto da decisão americana
Por Cássio Moreira

A sobretaxa de até 50% nos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, que passa a valer a partir da próxima quarta-feira, 6, deve causar impactos para a agricultura baiana. Na tentativa de 'frear' o prejuízo de alguns setores, como o da produção de manga, por exemplo, o governo da Bahia já traça uma estratégia de enfrentamento ao chamado 'tarifaço'.
Segundo o secretário estadual de Agricultura, Pablo Barrozo (Avante), em entrevista ao Portal A TARDE, a Seagri já tem se movimentado na tentativa de mitigar os danos para o setor.
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"Já está havendo impacto negativo, porque com as mangas, por exemplo, já está tendo uma perda de preço e algumas demandas, porque é um momento de exportação. Esperamos que as tarifas sejam revistas, mas teremos que construir pontes ao invés de destruir. Temos que ver uma forma para se adequar", explicou ao Portal A TARDE.
Estratégias
Barrozo afirmou que a Secretaria de Agricultura tem dialogado com produtores e com o governo federal, que buscado estabelecer conversas com a Casa Branca, a fim de reverter o 'tarifaço'. O titular da Seagri ainda frisou que, por se tratar de produtos perecíveis, não há qualquer condição de negociar com um novo mercado a curto prazo.
O secretário também explicou que o governo do Estado deve ajudar o setor em caso de eventual prejuízo.
"Não tem como achar um mercado novo a curto prazo, não tem como construir isso com um alimento perecível. A gente está se organizando, estou conversando com o presidente nacional da Associação Nacional de Frutas, Guilherme Coelho, que está participando do grupo com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), para que a gente possa ter uma solução para todos. Essa solução vai passar pela ajuda do Estado, do governo federal a esses que terão mais prejuízos", pontuou Barrozo.
Críticas a Trump
O secretário de Agricultura reforçou a preocupação com a perda de alimentos e frutas, e fez críticas ao presidente americano Donald Trump, a quem acusou de adotar a medida por questões políticas.
O que está acontecendo é um absurdo, não tem nada a ver com a política pública de um presidente da República
"Temos a preocupação com as frutas, o cacau, o café, o embargo com os pescados. A gente está conversando com essas cadeias. O preço da laranja já estava caindo antes do tarifaço, mas precisamos dialogar para saber como vamos distribuir. O que está acontecendo é um absurdo, não tem nada a ver com a política pública de um presidente da República. Precisa de um diálogo", afirmou.
Quais os produtos que serão tarifados?
A lista de produtos brasileiros alvos da tarifa de até 50% é menor do que a expectativa inicial. O governo americano removeu 694 itens considerados essenciais para o país, como fertilizantes e castanha-do-Brasil.
Veja a lista de produtos tarifados:
- Laranja;
- Petróleo;
- Metal;
- Café;
- Ferro;
- Soja;
- Celulose
Veja alguns itens isentos:
- Castanha-do-Brasil
- Artigos de aeronaves civis não militares
- Gases naturais, propano, butano, etileno, propileno, butileno, butadieno
- Alumínio, silício, óxido de alumínio, potassa cáustica
- Produtos químicos, fertilizantes, cera, resíduos petrolíferos
- Madeira, cortiça aglomerada, polpa química de madeira, polpa de algodão, polpa de fibras vegetais, celulose
- Tipos de pedras, fibras, crocidolita, amianto, misturas de fricção
- Prata e ouro, na forma de lingote ou dore
- Ferro-gusa, ligas de ferro, ferronióbio, e outros produtos primários de ferro e aço
- Fertilizantes minerais e químicos variados
- Prata e ouro (lingote ou dore)
- Minério de ferro, aglomerado e não aglomerado
- Sucos de laranja congelados e não congelados
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