POLÍTICA
Gaza: como ultimato de Trump forçou acordo com Netanyahu
Presidente dos EUA pressionou Netanyahu a aceitar o cessar-fogo

Por Redação

Donald Trump deu um ultimato a Benjamin Netanyahu em declaração que marcou o fim de uma das conversas mais tensas entre o presidente dos Estados Unidos e o primeiro-ministro israelense. “Você vai terminar essa guerra agora.”
O encontro entre as lideranças aconteceu logo após o discurso do primeiro-ministro israelense na Assembleia Geral da ONU, proferido diante de um auditório quase vazio, símbolo de seu isolamento no cenário internacional.
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Segundo fontes próximas ao Fantástico, às negociações, durante a reunião privada, Trump exigiu que Israel encerrasse imediatamente a ofensiva em Gaza.
Dias depois, a Casa Branca divulgou uma foto mostrando Netanyahu pedindo desculpas ao governo do Catar pelo bombardeio que havia interrompido as negociações de paz.
A pressão de Donald Trump sobre Israel vinha aumentando há semanas. Enquanto o país intensificava os ataques à Faixa de Gaza, nações árabes, lideradas por Catar, Turquia e Egito, se uniram em torno de um plano de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos.
O acordo, com 21 pontos, previa a libertação de reféns, a troca de prisioneiros e a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza. Para Trump, a iniciativa representava não apenas uma oportunidade de prestígio internacional, mas também de capital político, oferecendo a chance de encerrar uma guerra impopular e, possivelmente, conquistar o Prêmio Nobel da Paz.
O caminho que levou ao ultimato de Donald Trump começou de maneira improvável: durante a final do US Open, em Nova York. Enquanto Carlos Alcaraz e Jannik Sinner disputavam o título, Trump e seu enviado especial, Steve Witkoff, acompanhavam a partida das tribunas e trocavam mensagens sobre o plano de paz para Gaza.
O mediador Gershon Baskin, interlocutor de longa data entre israelenses e palestinos, contou ao Fantástico que foi naquela partida que os americanos ajustaram a proposta destinada ao Hamas. “Na noite seguinte ao jogo de tênis, Witkoff me ligou e disse que o primeiro-ministro do Catar estava entregando ao Hamas a proposta americana. Eles discutiriam à noite e negociariam no dia seguinte”, revelou.
O que veio em seguida quase comprometeu o acordo: um bombardeio israelense em Doha, capital do Catar, matou civis e integrantes das forças de segurança locais. Segundo Baskin, o ataque foi realizado sem o conhecimento prévio da Casa Branca e enfureceu Trump, que mantinha uma relação próxima com o emir catariano. O incidente ameaçou abalar os laços entre Washington e Doha, aliados estratégicos no Golfo.
Meses antes, Trump havia visitado o Catar e recebido um presente simbólico — um avião de luxo que seria adaptado como o novo Air Force One. A ofensiva israelense, vista pelo presidente americano como uma traição pessoal, colocou em risco essa aliança e levou o emir a suspender temporariamente as negociações com o Hamas.
Com a confiança dos aliados árabes abalada e a pressão sobre Netanyahu aumentando, Trump decidiu agir. Reuniu líderes do Catar, Egito e Turquia em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU, e consolidou o documento final de cessar-fogo.
Ao perceber a resistência de Netanyahu, Trump partiu para o confronto direto. No Salão Oval, cercado de assessores, foi categórico: “Você vai terminar essa guerra agora.” Sem alternativas, o primeiro-ministro israelense cedeu.
Semanas depois, o acordo foi assinado no Egito. Antes mesmo do anúncio oficial, Trump comemorou o feito em sua rede Truth Social, celebrando o “fim da guerra”.
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