VALE A PENA?
Barraqueiros apontam que valor do kit pode triplicar no Porto da Barra
Polêmica surge depois de banhistas reclamarem sobre a invasão de barraqueiros na areia da praia
Por Carla Melo e Gabriel Moura
Após a decisão da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), que restringe o uso de cadeiras e sombreiros na extensão da areia na praia da Barra, barraqueiros apontam que o preço dos itens podem triplicar de preço com a nova regra.
A polêmica surge depois de banhistas reclamarem sobre a invasão de barraqueiros na areia da Barra, e o pouco espaço deixado para as demais pessoas. Nesta semana, o caso virou polêmica após viralizar nas redes sociais um vídeo em que um homem alegava que a praia estaria sendo privatizada, por conta da grande quantia de cadeiras postas pelos ambulantes na areia.
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Indignados, os trabalhos alertam que não conseguem mais segurar os preços diante das mudanças, e que quem for aproveitar os itens, poderá pagar um pouco mais caro.
“Infelizmente a Barra vai se tornar uma praia de luxo. Quem quiser usufruir agora dos aparelhos, infelizmente vai ter que pagar o custo que não vai ser o mesmo. Então vai ser um pouco mais impactante também pra quem está curtindo”, disse Terezinha de Jesus, 55, que trabalha há 19 anos na Barraca do Silas.
Trabalhadores apontam, que o aluguel da cadeira, que antes chegava a R$ 5, deve subir para R$ 15 e, o do sombreiro, que era R$ 10, subirá para R$ 30. Nesta quarta-feira, 29, os ambulantes aceitaram a decisão da Semop e diminuíram a quantidade de cadeiras e sombreiros, aumentando a faixa livre de areia para uso dos banhistas. Assim, os kits só serão disponibilizados após pedido dos banhistas.
Por determinação da Semop, cada ambulante tem direito a 10 sombreiros e 30 cadeiras e só poderá colocar o kit na areia da praia após pedido dos banhistas. Na praia do Porto da Barra, são 35 ambulantes, o que corresponde a 350 sombreiros e 1.050 cadeiras no total.
Por outro lado, ambulantes e barraqueiros apontam que a medida pode prejudicar os trabalhadores e solicitam novas formas para conciliar os benefícios para banhistas e clientes.
Terezinha diz ainda que as novas regras limitam o ganho dos barraqueiros, que já estavam acostumados com a grande quantidade de clientes. Ainda segundo a autônoma, é preciso que a SEMOB forneça, ao menos, uma quantidade mínima para atender ao grande volume de banhistas no verão.
“A gente só tem três meses para ganhar e noventa para perder porque temos o verão a melhor estação para ganhar dinheiro. Temos que aproveitar esse momento, já que no restante do ano, conciliamos com a volta às aulas, o trabalho das pessoas. As pessoas que estão em casa não vão vir para a praia porque têm seus gastos em casa, suas reservas em casa, e não vem o fluxo de turismo que vem nessa época, que é esses três meses”, disse ela.
Graziela Ribeiro, 24, é barraqueira e concorda com as medidas aplicadas pela Semob, mas faz críticas aos banhistas que procuram e solicitam o serviço, mas que fomentam de forma negativa a armação de barracas e cadeiras na praia.
“Acho injusto e hipócrita a ideia de solicitar nossos serviços e depois criticar a quantidade de itens. Uma outra coisa é que isso vai mexer com os nossos ganhos e salários. Isso é uma falta de empatia porque é a única renda que temos para sobreviver. Como trabalhamos com limites, infelizmente com a redução de quantidade, teremos que aumentar porque se não, a conta não fecha”, disse ela.
Ela aponta que todos os anos os ambulantes precisam pagar licenciamento e precisam ganhar o valor suficiente para se manter e conseguir pagar as contas. “Acredito que precisa haver empatia. Acredito que tem que ter diálogo para beneficiar a todos, clientes, banhistas e trabalhadores”, continuou.
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