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Os ex-governadores e a demagogia da pensão

Publicado quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017 às 07:00 h | Atualizado em 16/02/2017, 08:53 | Autor: Levi Vasconcelos

Vamos pôr os pingos nos 'is': essa ideia de demonizar pensão dos ex-governadores é algo que não serve ao interesse público, embora travestida de propósitos inversos.

De um governador cobra-se que ele seja operoso, eficaz no atendimento aos interesses públicos em educação, saúde, infraestrutura e o escambau. De quebra, ele tem poderes para nomear funções vitalícias nos tribunais de justiça e de contas. E o principal: honradez no trato da coisa pública.

É justo um cidadão que reúne tantos poderes depois sair com uma mão na frente e outra atrás? Além disso, eles são poucos. Na Bahia, não passam de oito.

Ora, as mazelas que lesam o interesse público seguramente não estão aí. Os cargos vitalícios nos tribunais de justiça e de contas, até por serem vezeiros em criar penduricalhos que frequentemente ferem a lei do teto (R$ 32 mil), são bem mais danosos.

Mas ex-governadores têm visibilidade, são figuras públicas, são alvos fáceis. Disparar contra eles (óbvio que os Sérgio Cabral da vida merecem mesmo é cadeia) é fácil, dá mídia. É como João Dória, prefeito de São Paulo, com tantos problemas fica caçando grafiteiro. É muito chumbo para pouca caça.

Protesto baiano

Na reunião desta quarta, 15, dos governadores com a cúpula do governo Temer, Rui Costa não foi, mandou João Leão. Pauta: a crise nos estados e o dinheiro da repatriação.

Leão protestou: os estados que estão com finanças saudáveis, como a Bahia, pagam pelos desatinos dos outros:

- A Bahia tem uma capacidade de endividamento de R$ 4 bilhões. E para tomar um empréstimo qualquer, é um deus nos acuda.

Imbassahy estava presente. Só ouviu.

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Quase unanimidade

Após os dez anos, ou cinco eleições consecutivas de Marcelo Nilo (PSL) na presidência da Assembleia, os deputados baianos parecem ter ficado traumatizados com reeleição.

Ontem, o deputado Adolfo Menezes (PSD) rodou um pedido de assinaturas para o projeto que acaba com a reeleição. Só precisava de 21 assinaturas, mas imediatamente todos os 57 presentes assinaram.

Nesta quarta mesmo foi votado e aprovado.

Segundo Adolfo, era um anseio:

- Todo mundo queria. Só não queria trombada com Marcelo.

Cachimbo no PSL

Apesar do noticiário de que ele estaria articulando tomar de Marcelo Nilo o controle do PSL, o deputado Nelson Leal nega categoricamente: 'Eu nunca pensei nisso'.

José Advervan

A imprensa do sul da Bahia perdeu um dos seus ícones com a morte do jornalista José Advervan, dono do jornal Agora.

Funcionário do Banco do Brasil aposentado, Advervan fundou um jornal, que ele chamava 'minha cachaça', primeiro semanário, depois diário, agora outra vez semanário, mas aí vivo. Logrou um feito que pouquíssimos conseguiram.

Um vitorioso, que só perdeu uma difícil batalha, aos 74 anos, contra um câncer.

Advervan partiu domingo.

POUCAS & BOAS

A via exclusiva que conecta a Paralela com a Av. ACM, via viaduto Raul Seixas, é provisória, mas já é um papo que não deu. Estreita, os engarrafamentos viraram sagrados. Todo dia o dia todo, às vezes ultrapassa o Hospital Sarah Kubitschek.

Hoje, no IV Seminário Nacional de Vereadores Trabalhistas, que o PDT realiza no Hotel Nacional, em Brasília, Alexandre Brust e Nilton Nascimento, autores do livro Leonel Brizola – Uma Biografia Política – O Fio da História 1922 – 1964, 1º vol., vão fazer noite de autógrafos. A dupla está levando 300 livros.

Declaradamente a favor das vaquejadas, o baiano Paulo Azi (DEM) assumiu a relatoria da PEC que classifica a vaquejada como patrimônio imaterial brasileiro. Ele se diz a favor dos bons tratos aos animais, mas que a vaquejada tem importância esportiva, cultural e econômica.

O deputado Alan Sanches (DEM) diz que assumiu a presidência da Comissão de Saúde por indicação do líder da oposição, Leur Lomanto (PMDB). O antecessor dele, José de Arimatéia (PRB), ficou chateado, mas Alan diz não ter nada com isso.

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