ELEIÇÕES
“Esquerda não é o que está aí no poder”, diz Eslane Paixão sobre o PT
Candidata a prefeita de Salvador destacou papel do jornal A Verdade na construção da UP
Por Lula Bonfim
A esquerda comanda, atualmente, o governo federal, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a administração estadual, com o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Apesar disso, a esquerista Eslane Paixão (UP), candidata à prefeitura de Salvador, não se vê representada nessas gestões.
Em entrevista nesta segunda-feira, 19, ao programa Isso é Bahia, da Rádio A TARDE FM, a candidata do partido Unidade Popular fez críticas à “esquerda que está no poder” e defendeu a construção de uma alternativa no campo político progressista. Segundo ela, boa pautas populares importantes acabaram sendo abandonadas pelas maiores legendas esquerdistas, o que motivou a elaboração de um jornal para abordar esses temas.
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“A gente tem o jornal A Verdade e esse foi um dos nossos maiores instrumentos nesse nosso período. E a nossa tiragem em São Paulo, por exemplo, que era de dezenas ou centenas, hoje foi para a casa dos 13 mil jornais por quinzena. A gente vende esse jornal nas fábricas, nas universidades, nas escolas, dialogando com o povo, construindo matérias, falando sobre essas lutas que a gente falou aqui, que foram abandonadas inclusive pela esquerda”, apontou Eslane.
“É uma tarefa árdua para nós mostrar que ser de esquerda não é o que está aí no poder, não. Ser de esquerda e ser revolucionário vai além das palavras. É ação e prática. Então a gente fez um movimento extraordinário, porque é fruto da luta do jornal A Verdade, desses trabalhos que a gente já desenvolve, com as ocupações urbanas”, acrescentou a candidata.
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Esse sentimento de não representação pelos partidos de esquerda que hoje estão no poder motivou a UP a lançar candidaturas próprias nas eleições de 2024, incluindo a de Eslane Paixão em Salvador.
“Nós decidimos que não dava para ficar à mercê dos partidos e organizações aí existentes, porque também não se tinha espaço, porque as nossas pautas e nossas demandas não eram ouvidas. Não dava para, depois de todo esse acúmulo de lutas e consciência, chegar na eleição e ter que apoiar o menos pior. Então a gente falou: vamos lançar as nossas lideranças e sem nenhum figurão da política”, explicou Eslane.
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