INSATISFAÇÃO
Ausência de Motta e Alcolumbre em evento expõe tensão com governo Lula
Líderes do Congresso Nacional não compareceram na cerimônia de sanção da lei da isenção do IR

Por Anderson Ramos

As ausências dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), na cerimônia de sanção da lei da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil não passaram despercebidas.
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As faltas dos líderes do Congresso Nacional expuseram um momento de tensão na relação com o governo Lula, mas a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que o caminho do governo é trabalhar “pelo distensionamento e pelo diálogo”.
A chefe da articulação política ainda afirmou que Motta e Alcolumbre avisaram que não iriam ao ato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
“Já esperávamos as ausências. Tinham nos comunicado que não viriam. Temos de trabalhar pelo distensionamento e pelo diálogo. É o que vamos fazer”, disse a ministra ao O Globo.
Insatisfação
A assessoria de Motta informou que o deputado cumpriria "agenda interna” e não participaria do evento. O presidente da Câmara foi bastante criticado por integrantes do governo Lula por ter escolhido o secretário de Segurança Pública de São Paulo licenciado, Guilherme Derrite (PP-SP), como relator do Projeto de Lei Antifacção. As alterações feitas por ele desagradou a equipe de Lula.
Nesta semana, Motta rompeu com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ), alegando que o parlamentar se exalta nas discussões e busca desgastar a imagem da Câmara junto à opinião pública.
Já a ausência de Alcolumbre ocorreu no auge do atrito com o governo devido à indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga de ministro do STF deixada por Luís Roberto Barroso. Esta escolha contrariou o presidente da Casa e levou ao rompimento com o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA).
Alcolumbre considera que o Planalto atropelou a articulação política e reagiu colocando em votação uma “pauta-bomba”: aprovou um projeto que estabelece aposentadoria integral e paritária para agentes comunitários de saúde (ACSs) e agentes de combate às endemias (ACEs). O governo estima um impacto de R$ 100 bilhões em dez anos.
O senador sinalizou também que não atuará para proteger o governo na disputa do PL Antifacção e ainda marcou a sabatina de Messias na CCJ para 10 de dezembro, em um intervalo curto que pode dificultar o giro político do indicado entre os senadores.
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