CONFUSÃO
Invasão à Câmara: saiba o que vereadores falaram sobre o caso
Sindicalistas invadiram plenário da casa legislativa durante reajuste salarial
Por Gabriela Araújo

Os vereadores de Salvador repudiaram a invasão dos sindicalistas ao prédio do Centro de Cultura da Câmara da cidade (CMS) na tarde da última quinta-feira, 22, durante a votação do reajuste salarial dos servidores.
Além da incursão ao plenário, o episódio também envolveu agressão e xingamentos tanto por parte dos vereadores como dos manifestantes.
A confusão resultou na prisão do diretor licenciado do Sindicato dos Servidores (Sindseps), Bruno Carianha. Ele foi levado para a 1ª Delegacia dos Barris, mas foi liberado às 23h.
O presidente da casa legislativa, Carlos Muniz (PSDB), comparou a ação dos sindicalistas com a tentativa de golpe, registrada na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.
“Tratou-se de um ato bárbaro, com destruição do patrimônio público. Você pode ter certeza que me senti no 8 de Janeiro, quando, em 2023, um grupo de manifestantes invadiu o Congresso Nacional e depredou o Parlamento. Essas agressões não são feitas por verdadeiros sindicalistas, são feitas por baderneiros”, afirmou o tucano.
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O que dizem os vereadores governistas
A vereadora Marcelle Moraes (União Brasil) lamentou e considerou o episódio como “absurdo”. Em nota encaminhada à imprensa, a edil diz que espera punição aos envolvidos no caso.
“Eu espero que as pessoas que participaram sejam devidamente punidas. A Câmara não vai se calar, tampouco os edis, que foram vítimas de soco na face e mordida na mão. O que aconteceu hoje não dá para normalizar”.
Já o vereador Ricardo Almeida (DC) criticou a agressão à instituição e citou a presença do deputado estadual Hilton Coelho (PSOL), que segundo ele, incitou o movimento.
“As cenas de vandalismo e violência que vivenciamos hoje na Câmara Municipal são capítulos tristes e desnecessários para a democracia da nossa cidade. Percebemos a presença de um deputado estadual incitando essa multidão contra os vereadores e servidores, o que torna o ato ainda mais lamentável”, afirmou.
O que diz a oposição
A bancada de oposição, liderada pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB), divulgou uma nota coletiva sobre o caso. O grupo defendeu os protestos, mas criticou as agressões protagonizadas pelos sindicalistas.
“Nossa bancada sempre defendeu e seguirá defendendo o diálogo, tentando construir pontes com o poder municipal para buscar soluções às demandas da população”, diz um trecho da nota.
E acrescenta: “Vale ressaltar que o caso de agressão foi isolado e não representa a postura dos manifestantes. Inclusive, denunciamos a presença de pessoas infiltradas no plenário, que agrediram verbalmente as vereadoras, o que revela uma tentativa premeditada de desestabilizar o movimento”.
Agressão
Os vereadores Sidninho (PP) e Maurício Trindade (PP) foram hostilizados por sindicalistas durante a sessão extraordinária da CMS, na tarde de quinta-feira, 22, que discute o reajuste salarial dos servidores do município.
O grupo, que acompanha os trâmites da votação no plenário da Casa, tentou impedir o acesso da imprensa, pouco antes da sessão. Em seguida, os servidores municipais invadiram a sala onde ocorre a sessão, no Centro de Cultura da Câmara Municipal, sede provisória do legislativo.
Maurício Trindade, 1º vice-presidente da Casa, chegou a entrar em luta corporal com um dos servidores, sendo agredido. O vereador Sidninho foi mordido no braço na mesma confusão, na sequência.
Pedido de cassação
O vereador Alexandre Aleluia (PL) protocolou um requerimento à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) solicitando para que seja instaurado um processo de apuração e eventual cassação do deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) por invasão e depredação na Câmara Municipal de Salvador.
O documento solicita que a Alba analise a conduta do deputado com base nas normas regimentais e constitucionais, garantindo a devida apuração e, se for o caso, a aplicação das sanções cabíveis.
O vereador Alexandre Aleluia, corregedor geral da CMS, destaca que a medida visa proteger a soberania do Legislativo Municipal e assegurar que episódios como este não se repitam.
“A população de Salvador merece representantes que atuem com respeito e responsabilidade. Confio que a ALBA conduzirá o processo com a seriedade que o caso exige”, afirmou.
Aprovação do reajuste salarial
A Câmara aprovou, em sessão extraordinária nesta quinta-feira, 22, o reajuste dos servidores municipais ativos, inativos e pensionistas. A votação ocorreu a portas fechadas, após a briga protagonizada por vereadores e sindicalistas.
A bancada de oposição se absteve da votação por não concordar com o método usado. Foram 33 votos, e todas as emendas apresentadas pela minoria foram derrubadas. Ao todo, foram apresentadas seis emendas, quatro pela bancada de governo e duas pela oposição.
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