POLÍTICA
Grupo rompe com ACM Neto e prepara debandada do União Brasil
Movimento para deixar governo Lula gera crise na sigla

Por Cássio Moreira

O movimento articulado pelo ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, para que a sigla deixe o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), resultará em uma debandada de deputados federais insatisfeitos com a condução da legenda. A informação foi obtida pelo Portal A TARDE, em conversas com alguns dos parlamentares.
Segundo uma das fontes, Neto e Antônio de Rueda, presidente nacional do partido, tomaram a decisão de entrega de cargos dentro do governo sem qualquer consulta aos filiados, o que teria gerado a crise. Co-fundador do União Brasil com o político baiano, o deputado federal Luciano Bivar (PE) será um dos nomes que vai deixar a legenda, liderando a saída dos demais descontentes.

A condução da legenda por Neto e Rueda, apontado por nomes consultados pelo Portal A TARDE, como um mero 'seguidor de ordens' do ex-prefeito de Salvador, é apontada como 'centralizadora'. "Não participamos das discussões, por isso vamos sair", afirmou um deputado federal em condição de anonimato, dias antes do anúncio de entrega dos cargos no governo federal.
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A mudança formal de partido, no entanto, ocorrerá apenas com a abertura da janela partidária, no início de 2026. Apesar disso, os 'rebeldes' não participarão mais dos debates acerca dos rumos do União.
Federação União Progressista
União Brasil e Progressistas formalizaram a criação da federação União Progressista. O 'bloco', que promete atuar de maneira independente dentro do Congresso Nacional, tem flertado com lideranças bolsonaristas e feito acenos para a aprovação da anistia dos envolvidos no 8 de Janeiro.
Na última quinta-feira, 18, o União Brasil reforçou a decisão de saída da Esplanada dos Ministérios, por meio de um comunicado, dando 24 horas para que todos os filiados entreguem seus cargos dentro do governo.
"Todos os filiados do União Brasil […] requeiram a sua imediata exoneração dos cargos públicos de livre nomeação e exoneração e/ou funções de confiança eventualmente ocupados no âmbito da Administração Pública Federal Direta (ministérios) ou Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista)”, diz a nota.
Quais os ministérios do União Brasil?
Atualmente, o União Brasil tem três indicações em ministérios no governo, mas apenas o deputado federal Celso Sabino, hoje ministro do Turismo, é filiado ao partido.
Waldez Góes, ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, e Frederico Siqueira, que comanda o Ministério das Comunicações, são indicações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mas integram os quadros do partido.
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