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Paulo Afonso: diferentes etnias participam da construção das diretrizes curriculares da Educação Indígena

Publicado quarta-feira, 16 de junho de 2021 às 07:40 h | Atualizado em 16/06/2021, 08:09 | Autor: Da Redação
O encontro é promovido pela Secretaria da Educação do Estado e Fundação Getúlio Vargas.
O encontro é promovido pela Secretaria da Educação do Estado e Fundação Getúlio Vargas. -

Cerca de 50 professores indígenas das etnias Tuxá, Pankararé, Tumbalá, Xucuru-Kariri, Tuxi e Kiriri estão participando de seminário regional, no município de Paulo Afonso, promovido pela Secretaria da Educação do Estado (SEC), juntamente com o Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (DGPE/FGV).

O encontro, que segue até quinta-feira (17), tem como objetivo diagnosticar as demandas educacionais dos povos indígenas e planejar ações para o atendimento das demandas educacionais associadas às políticas identitárias e culturais próprias de cada povo indígena, para a construção das Diretrizes Curriculares da Educação Escolar Indígena da Bahia. 

A coordenadora da Educação Escolar Indígena da SEC, Adenilza Kiriri, os encontros são fundamentais para a consolidação da identidade dos povos e de um formato de ensino adequado para cada localidade. “Nosso objetivo é que o processo de construção do documento venha contemplar todas as escolas indígenas dos nossos territórios”.

Para Patrícia Atikum, gestora do Colégio Estadual Indígena Ângelo Pereira Xavier, da Aldeia Pankararé, localizada no município de Glória, o encontro é um momento diferenciado para todos os povos indígenas baianos. “O processo de construção faz toda a diferença para a nossa comunidade e significa resistência e autonomia”, relatou a gestora, que também é subcoordenadora do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA).

A professora Leidiane Tumbalalá, que atua no Colégio Estadual Indígena Santo Antônio do Pambu, no município de Abaré, disse que a construção das diretrizes em conjunto tem um significado para os povos, pois agregam conhecimentos, lutas, debates sociais e conquistas. “Lutamos para a garantia deste ensino diferenciado, bilíngue e multilíngue, de acordo com as nossas organizações culturais, pois cada povo tem a sua particularidade”.

Os seminários que estão sendo realizados em diferentes regiões têm carga horária de 40 horas, totalizando 120 horas, com a participação de 180 professores das escolas indígenas. O terceiro seminário será realizado de 4 a 8 de julho, no município de Porto Seguro, tendo como participantes os educadores das etnias das regiões Sul (Pataxó, Pataxó Há Hã Hãe e Tupinambá) e Norte (Tuxá, Pankararé, Tumbalá, Xucuru-Kariri, Tuxi e Kiriri).

Atualmente, na Bahia, a Educação Indígena é exercida em 103 espaços escolares e 48 salas anexas e contempla 6.961 estudantes de 15 etnias que habitam em 130 comunidades indígenas.

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