CRAVOU NA ELEIÇÃO ARGENTINA
Em diferentes locais, Atlas mantém mesma metodologia, diz Andrei Roman
CEO do instituto diz que AtlasIntel se adequa à realidade de cada lugar
Por Lucas Franco
Único instituto a prever Sergio Massa na primeira posição no primeiro turno e que cravou a vitória de Javier Milei na eleição na Argentina, a AtlasIntel se adequa à realidade de cada local, mas mantém a mesma metodologia em todos os países e regiões, afirmou o CEO do instituto, Andrei Roman, em entrevista ao Portal A TARDE.
"A gente tem a mesma metodologia de coleta de dados, metodologia essa que a gente usa na Argentina, no Brasil, na Bahia e nos Estados Unidos. A gente se adequa à realidade de cada lugar, mas a nossa metodologia padrão é universal. Isso explica também a nossa presença em tantos mercados e em vários continentes", disse o CEO do instituto parceiro do Grupo A TARDE, que foi o único que acertou o resultado da eleição para para governador da Bahia no ano passado.
Entre as diferenças de pleito entre Brasil e Argentina, está a coleta de votos. "Argentina tem voto impresso. O voto sequer é impresso pela autoridade eleitoral, mas pelos próprios partidos, que são responsáveis por guardar e distribuir os bilhetes. É um sistema muito mais, vamos dizer, rudimentar do que o sistema brasileiro, que é mais avançado em termos de segurança de dados e de segurança da contagem dos votos", contextualiza Andrei.
"As pesquisas AtlasIntel chegam próximo do resultado final, o que vem ajudando na nossa reputação internacional. É um orgulho para a gente da Atlas", continuou.
Para Andrei, a derrota de Sergio Massa passa por uma estratégia de campanha equivocada do candidato do kirchnerismo.
Isso tbm precisa ser dito: a derrota do Massa e principalmente a magnitude dela foi resultado de uma estratégia de campanha equivocada. Os ataques ao Milei focaram em temas secundários (Thatcher, venda de órgãos, armas) e dessa forma acabaram criando empatia em vez de rechaço. pic.twitter.com/uykDjRqYiY
— Andrei Roman (@andrei__roman) November 20, 2023
Além da repercussão entre quadros políticos, de esquerda e de direita, e entre empresários, a vitória de Milei e seus impactos ainda estão em análise por especialistas.
"Você viu que o discurso dele ontem [domingo, 19, dia da vitória eleitoral] foi pífio. Ele falou durante cinco minutos, de uma forma muito genérica, não se comprometeu com nada e não acenou para nenhuma novidade em relação ao seu governo", disse o cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Cláudio André.
Para Cláudio André, o fato de o período entre a eleição e a posse ser mais curto deveria fazer Milei se adiantar sobre algumas novidades, a exemplo de formação de grupos de trabalho. A posse acontecerá em 10 de dezembro. "É importante destacar que está em aberto o processo das escolhas políticas de Milei na montagem do governo e na relação de governabilidade", continua o cientista político.
"Milei não teve uma folga na perspectiva do que de fato tem ali no Congresso, na Câmara e também no Senado. Ele foi apoiado por diversas lideranças, como Patrícia Bullrich e Mauricio Macri, então é importante a gente entender em que medida ele vai moderar ou não o seu discurso em relação às instituições, em relação ao Estado de uma maneira geral", complementa Cláudio André.
Entre as propostas de Milei, estão acabar com o Banco Central do país e dolarizar a economia. A campanha dava destaque ao fato de que o candidato de extrema-direita era "anticasta", ainda que Patrícia Bullrich e Mauricio Macri sejam enxergados como parte de uma "casta política" por parte do eleitorado argentino.
"A gente vai precisar de fato entender nos próximos dias como é que ele vai esboçar a montagem do governo. Se ele vai acenar para uma moderação, inclusive de diálogo com o Brasil, ou se vai partir para um esgaçamento. Uma ruptura política mais drástica é um cenário muito ruim para nós [brasileiros], pois ainda que a gente tenha paulatinamente diminuído as relações comerciais com a Argentina, ainda são relações muito importantes", concluiu Cláudio André.
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