COLAPSO
Sesab denuncia crise na saúde de Feira de Santana; prefeito nega
Paralisação de parte dos servidores municipais causaram superlotação na UPA Estadual, segundo a Sesab
A Secretaria estadual da Saúde (Sesab) rebateu as falas do prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB), que negou a paralisação de servidores em algumas unidades de saúdes municipais. A pasta alega que a gestão "tem falhado de maneira grave ao não cumprir suas obrigações financeiras”, o que levou a interrupção das atividades dos funcionários, causando a superlotação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Estadual.
"É lamentável que o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, insista em criticar o Governo do Estado ao invés de reconhecer que a administração estadual tem sido a verdadeira salvaguarda da saúde pública na região", inicia a nota da repartição estadual nesta sexta-feira, 23.
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O superintendente da rede estadual, o médico Karlos Figueiredo, considerou o comportamento adotado pela prefeitura como "inadmissível" e afirmou que a atitude do chefe do Executivo coloca em "risco a saúde" da população.
"Essa falta de compromisso e responsabilidade da prefeitura é inadmissível, pois coloca em risco a saúde e a vida dos cidadãos, sendo essa postura já denunciada ao Ministério Público, pois a restrição nos serviços municipais sobrecarrega as estruturas estaduais”, disse Figueiredo.
“Pior: mais de 60% dos casos pediátricos e 85% dos adultos poderiam ser solucionados nos postos de saúde, mas se agravam e vão para as emergências por falta de médicos nos postos”, complementa.
Atualmente, o Governo da Bahia mantém dois hospitais no município: Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e o Hospital Estadual da Criança (HEC), além da UPA, alocada ao lado da unidade geral de Saúde.
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) também falou sobre o assunto nesta tarde, após a entrega de equipamentos aos policiais penais, em Salvador. O petista chamou o prefeito Colbert Martins (MDB) de mentiroso e considerou o tratamento dado ao setor como "vexame".
"Eu espero que o prefeito que é médico possa fazer o seu dever. Espero que a gente possa fazer aquilo que eu disse: ‘não se isolar’. [...]. Agora, ele anunciou um hospital de 12 ou 13 leitos para uma cidade de 600 mil habitantes, é um vexame", afirmou o gestor estadual.
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Em nota, o médico Karlos Figueiredo também fala sobre a dívida que o prefeito mantém com os servidores e frisa que Colbert "parece acreditar que repetir mentiras e culpar o Governo do Estado vai mascarar os problemas".
"O município está em dívida com seus próprios profissionais de saúde, e a população sofre com as consequências desse descaso. Está na hora de o prefeito parar de se esconder atrás de falsas narrativas e assumir a responsabilidade por suas falhas", diz um trecho da nota.
E acrescentou: "Ao se deparar com uma situação caótica na saúde municipal, o prefeito faz uma proposta absurda: de que o governo estadual implante uma nova UPA, sendo que a responsabilidade constitucional é dele. O município recebe R$ 115 milhões do SUS e só não recebe mais porque a oferta de serviços é restrita e o número de atendimentos aquém do ideal”.
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