POLÍTICA
Bolsonaro no STF: ex-ministros saem em defesa do ex-presidente
Primeira Turma julga ação sobre trama golpista nesta terça, 2

Por Cássio Moreira

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga, nesta terça-feira, 2, o chamado 'núcleo 1' da trama golpista elaborada após o resultado das eleições presidenciais de 2022. Nas redes sociais, ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) prestaram solidariedade ao ex-presidente e reforçaram as críticas ao Judiciário.
"Estamos com você"
Ministra dos Direitos Humanos durante o governo Jair Bolsonaro, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) se manifestou no Instagram nas primeiras horas desta terça, 2, reforçando o apoio ao aliado político. Na segunda, 1, ela esteve na residência do ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar, onde fez uma oração.
"Estamos com você", escreveu Damares ao publicar um banner com uma matéria sobre sua visita ao ex-chefe do Planalto.
Críticas ao STF
Na contramão de Damares, que optou por um discurso focado no apoio ao ex-presidente, outros ministros subiram o tom contra o STF, com acusações contra os magistrados da Corte.
Ex-ministro da Previdência Social e da Cidadania, Onyx Lorenzoni (PL) afirmou que o STF montou um "julgamento de exceção" com o objetivo de humilhar e retirar Bolsonaro, a quem se referiu como o "maior líder político da América Latina", da disputa presidencial de 2026. O ex-presidente já está inelegível, desde 2023, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Um Julgamento de exceção montado com um único objetivo: humilhar, prender e tirar das eleições o maior líder político da América Latina
"Um Julgamento de exceção montado com um único objetivo: humilhar, prender e tirar das eleições o maior líder político da América Latina, escolhido pelo povo", escreveu Onyx Lorenzoni na legenda de uma publicação no seu Instagram.
Na mesma linha, o deputado federal e ex-secretário especial de Cultura, Mario Frias (PL-SP), afirmou que o julgamento já começa com "sentença pronta", indicando que Bolsonaro deve ser condenado no dia 12 de setembro.
Um inocente no banco dos réus e um sistema podre tentando calar a verdade
"Hoje começa um julgamento já escrito, com sentença pronta [...] Hoje, a história vai registrar: um inocente no banco dos réus e um sistema podre tentando calar a verdade", escreveu Mario Frias nas redes sociais.
O senador Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro, afirmou que o Brasil amanheceu sob "um real atentadeo ao Estado Democrático de Direito".
"Hoje poderia ser um bom dia. Porém, na verdade, é o dia em que nosso Brasil vive um real atentado ao estado democrático de direito", escreveu Marcos Pontes, que continuou.
É o dia em que nosso Brasil vive um real atentado ao estado democrático de direito
"Hoje começa o julgamento do presidente Bolsonaro, acusado com base em uma narrativa de golpe imaginário de estado", completou o ex-ministro.
Ex-ministros adotam silêncio
Outros importantes nomes do governo Jair Bolsonaro não se manifestaram nas redes sociais. Ex-chefe da Casa Civil, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) não fez publicações acerca do julgamento, assim como o baiano João Roma (PL), ex-ministro da Cidadania.
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O Portal A TARDE tentou contato com o ex-ministro João Roma, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.
Ex-ministros julgados
O 'núcleo 1' da trama golpista, julgado pela Primeira Turma do STF, conta com ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL). Entre os nomes, está o general Walter Braga Netto (PL), que ocupou os ministérios da Defesa e da Casa Civil.
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Ex-ministros julgados por tentativa de golpe:
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Bolsonaro, candidato a vice-presidente em 2022;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro; e
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro.
Julgamento de Bolsonaro
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira, 2, o julgamento do 'núcleo 1' da trama que tinha como objetivo a execução de um golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022.
O grupo responde por crimes como golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.
Veja a lista de crimes:
- Golpe de Estado
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Organização criminosa armada
- Dano qualificado contra o patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado.
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