POLÍTICA
Eduardo Bolsonaro exige anistia para negociar 'tarifaço' de Trump
Deputado licenciado tem ligação direta com decisão da Casa Branca
Por Cássio Moreira

Licenciado do mandato de deputado federal pelo estado de São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PL) reforçou que qualquer negociação sobre o 'tarifaço' comercial de 50% imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, na última quarta-feira, 9, deve passar pela anistia dos envolvidos na trama que tinha como objetivo executar um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Eduardo, que admitiu ter influência direta na decisão de Donald Trump, foi na contramão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de quem é aliado, que tem pregado a abertura de um diálogo entre os dos países, embora tenha declarado apoio ao chefe da Casa Branca. O gestor chegou a se encontrar com Gabriel Escobar, representante da embaixada americana em Brasília.
"Qualquer tentativa de acordo sem um primeiro passo do regime em direção a uma democracia será interpretado como mais um acordo caracu [expressão popular usada quando apenas um dos lados da parceria sai prejudicado], pois isso já foi exaustivamente tentado no passado —e os americanos também já conhecem essas histórias", escreveu nas redes sociais, nesta sexta-feira, 11.
Eduardo Bolsonaro pode ser cassado
O Psol entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República, nesta quinta-feira, 10, pedindo a abertura de uma investigação e prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro, sob a justificativa de que a ação do deputado é uma "violação" à soberania nacional.
Líder da sigla na Câmara dos Deputados, Talíria Petrone acusou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de conspirar contra o Brasil.
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“Não podemos deixar um deputado brasileiro conspirar contra o Brasil internacionalmente. Então vamos batalhar pela cassação. Será desafiador sim, mas nós acreditamos que a gravidade do que está em curso precisa sensibilizar o conjunto do Congresso Nacional. E pressionar o presidente do Conselho de Ética", disparou.
Bloqueio de contas
A deputada federal Erika Hilton (Psol) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta, 10, para bloquear as contas bancárias de Eduardo Bolsonaro. No pedido, a parlamentar diz que o bolsonarista colocou em risco os compromissos assumidos pelo Brasil com a Organização Mundial do Comércio (OMC).
"As medidas articuladas pelo investigado e impostas pelo governo dos Estados Unidos ofendem frontalmente compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), especialmente os princípios da nação mais favorecida, da não discriminação e da boa-fé nas relações multilaterais", argumenta a deputada.
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