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De guerra a terremotos: Veja os acontecimentos que marcaram o mundo
Portal A TARDE traz uma retrospectiva de notícias que chamaram atenção neste ano
Por Isabela Cardoso e Leilane Teixeira
Da guerra entre Hamas e Israel a desaparecimento de submarino, eleições emblemáticas, paralisação, conflitos políticos e terremotos. Esses foram alguns dos assuntos que mais chamaram atenção em todo o mundo no ano de 2023. O Portal A TARDE, portanto, traz uma retrospectiva de notícias que tiveram mais destaques mundial.
Guerras
Em janeiro, antes mesmo da guerra severa entre Israel e Hamas, sete pessoas morreram e 10 ficaram feridas por conta de um ataque terrorista ao bairro Sinagoga, região periférica de Jerusalém. O atirador foi identificado como Hayeri Alkam, um jovem de 21 anos morador de A-Shea. Ele tentou fugir em direção a um bairro palestino mas foi morto pela polícia e a arma usada no ataque foi apreendida. O bairro fica em uma região de conflito, pois os palestinos dizem que foi ocupado ilegalmente pelos israelenses depois de uma guerra em 1967.
Em abril, a violência tomou conta do Sudão após meses de tensões entre dois líderes militares rivais, o general Abdel Fatah al-Burhan e Mohamed Hamdan Dagalo. Os confrontos entre paramilitares e forças do governo eclodiram nas ruas da capital, Cartum, e se estenderam por outras regiões do país. Segundo informações das autoridades locais, até o mês de junho, mais de 2 mil pessoas haviam sido mortas. O conflito foi visto como a guerra que mata mais que a Ucrânia, considerada o maior ataque militar desde a 2ª Guerra Mundial e deixou 9 mil civis mortos em seus mais de 500 dias.
Em outubro, o dia 7 foi marcado pelo início da guerra entre o grupo radical islâmico Hamas e Israel, deixando, até os dias atuais, mais de 10 mil mortos, entre eles, mais de 4 mil crianças, segundo dados do Ministério da Saúde do movimento islamita palestino.O ataque iniciado pelo Hamas, que afirmou ser uma ação para a tomada de território, foi considerado um dos maiores dos últimos anos. Milhares de foguetes foram disparados da região da Faixa de Gaza em direção a Israel. Militantes armados derrubaram as barreiras israelenses de alta tecnologia que cercavam a faixa, iniciando ataques por terra com reféns.
Conflitos políticos
Em um ano com fortes acontecimentos políticos, a França também teve destaque. O presidente francês Emmanuel Macron, promulgou a reforma da Previdência do país no dia 15 de abril. A reforma entrou progressivamente em vigor no dia 1º de setembro de 2023, definindo que a idade mínima subirá três meses por ano, chegando a 64 anos em 2030. A decisão gerou protestos, alguns violentos, em todo o país, reunindo todos os sindicatos do país e também a oposição de esquerda.
Em maio, o presidente de Uganda, Yoweri Museveni, sancionou uma nova lei contra a comunidade LGBTQIAPN+ que inclui duras punições para relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, como a prisão perpétua e pena de morte. Amplamente criticada pelos governos ocidentais, o projeto de lei não criminaliza aqueles que se identificam como LGBTQIAPN+, mas prescreve pena de morte para "homossexualidade agravada" como: flagras de relações sexuais envolvendo pessoas infectadas pelo HIV e pena de 20 anos de prisão a quem "promover" a homossexualidade.
Já em agosto, aconteceu a 15ª cúpula do Brics (acrônimo para grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Joanesburgo, na África do Sul, a primeira em formato presencial após a pandemia da Covid-19. Os líderes políticos do Brics discutiram critérios do mundo e decidiram a entrada dos seguintes países no grupo: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã. Com a presença do presidente Lula, a Cúpula reuniu temas sobre moedas locais, contraponto ao G7, ampliação do Conselho de Segurança da ONU e a guerra na Ucrânia.
Eleições
Teve decisões importantes nas eleições ao redor do mundo também. Na China, o presidente Xi Jinping, 69 anos, foi reeleito para o seu 3º mandato no dia 6 de março. O líder do Partido Comunista Chinês ocupa a presidência da China desde 2013 e vai continuar o mandato por pelo menos 5 anos. Quase 3 mil membros do parlamento, o Congresso Nacional do Povo (NPC), votaram unanimemente em uma eleição onde não havia outro candidato. A votação durou cerca de 1h e a contagem eletrônica foi concluída em cerca de 15 minutos.
Já na Argentina, o candidato de direita Javier Milei, da coalizão La Libertad Avanza, venceu o 2º turno das eleições presidenciais no país em 19 de novembro. Milei venceu com 55,69% dos votos válidos, contra 44,30% dados ao segundo colocado Sergio Massa, do Unión por la Patria. Massa reconheceu a derrota e ligou para dar os parabéns ao atual presidente eleito.
A posse aconteceu no dia 10 de dezembro, sucedendo o atual presidente Alberto Fernández. O novo presidente quebrou o protocolo e não discursou para os parlamentares e sim na área externa, para a população. Em seu discurso, o foco foi na situação econômica do país e ajuste fiscal duro.
Terremotos mortais
Grandes terremotos deixaram rastros de destruição e mortes neste ano. Na madrugada de 6 de fevereiro, o sudeste da Turquia e parte da Síria foram devastados por um dos terremotos mais mortais dos últimos 100 anos. Houve um tremor de magnitude 7,8, seguido por outro 9h depois, resultando na morte de menos 56 mil mortos. Desse total, quase 6 mil foram no lado sírio.
Imagens de um pai segurando a mão da filha de 15 anos, soterrada nos escombros na Turquia, e outra de um recém-nascido salvo milagrosamente na Síria, com o cordão umbilical ainda ligado à mãe, que morreu, chamaram atenção de todo o mundo, além de outras inúmeras imagens da catástrofe.
Já em setembro, na noite o dia 8, a região de Marrocos foi atingida por outro terremoto devastador. Por volta das 23h11 no horário local do país, um violento terremoto sacudiu a região de Marrakech. Com uma magnitude estimada entre 6,8 e 7, o tremor foi o mais forte já registrado no país e deixou quase 3 mil mortos e mais de 5.600 feridos. O choque danificou cerca de 60 mil casas em quase 3 mil aldeias do Alto Atlas e arredores.
Paralisações
Em maio, cerca de 11.500 roteiristas de Hollywood iniciaram uma grande paralisação motivada pelas mudanças na indústria, como o surgimento da IA generativa, que eles temem que possa ser usada para escrever roteiros, e também o surgimento do streaming, que resultou em salários prejudicados por causa de temporadas de TV mais curtas e pagamentos residuais menores. Esta foi a segunda maior paralisação da história da entidade americana.
Meses depois, a categoria recebeu apoio do Sindicato dos Atores (SAG, na sigla em inglês), que também iniciou greve em julho, na maior manifestação trabalhista de Hollywood desde os anos 1960. Em meio aos acordos, as duas categorias pediam, resumidamente, pagamentos que julgavam mais adequados ao setor do qual faziam parte.
Após quatro meses de negociação, a greve dos roteiristas chegou ao fim no mês de setembro, depois da votação que aprovou com unanimidade o acordo fechado com representantes dos estúdios. Em novembro, o sindicato que representa os atores de Hollywood (SAG-AFTRA, na sigla em inglês) também encerrou a paralisação depois de aprovar um acordo provisório com os estúdios de cinema e serviços de streaming do setor.
Meio Ambiente
O mês de julho bateu o recorde do mês mais quente já registrado na Terra, com 0,33ºC acima comparado ao recorde anterior (julho de 2019), segundo o observatório europeu Copernicus. O mês foi marcado por ondas de calor e incêndios em todo o mundo, com temperaturas médias na atmosfera 0,72ºC mais elevadas que as médias registradas para julho entre 1991 e 2020. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, destacou que a humanidade saiu da era do aquecimento global para entrar na era da "ebulição global".
O mês de dezembro trouxe outras novidades na categoria de meio ambiente para o Brasil. Em sessão plenária da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, foi aprovada por unanimidade, a escolha do país como sede da COP30, que deve ser realizada entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.
A cidade escolhida pelo Brasil foi Belém, a capital do Pará. Pela primeira vez realizada na Amazônia, a COP Belém, em 2025, será o marco de 10 anos do Acordo de Paris, a principal convenção climática da ONU, assinada em 2015 durante a COP21, na capital francesa. O documento estabeleceu metas para a redução de emissões de gases causadores do aquecimento global.
Saúde
Em maio chegou a notícia que muita gente esperava: a pandemia de Covid-19 deixou de representar uma emergência de saúde global. O anúncio foi feito no dia 5 de maio pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, após receber a recomendação do Comitê de Emergência encarregado de analisar periodicamente o cenário da doença.
De acordo com a entidade, o vírus se classifica agora como “problema de saúde estabelecido e contínuo”. Segundo a OMS, o encerramento da emergência de saúde pública não representa, no entanto, o fim da pandemia de Covid-19, mas é um grande passo nesse sentido.
Tragédia no mar
Em junho, o mundo parou para acompanhar o desfecho do desaparecimento do submarino turístico chamado Titan, que levava turistas para explorar os destroços do Titanic, na costa de St John’s, Newfoundland, no Canadá. O equipamento desapareceu no dia 18, após perder contato com a superfície. Os destroços da embarcação foram encontradossomente no dia 22, quatro dias depois. O submarino implodiu levando a morte de cinco pessoas que estavam a bordo
Entre as vítimas estavam: o milionário Shahzada Dawood, Seu filho, Sulaiman Dawood, o bilionário britânico e dono da Action Avision, Hamish Harding; o mergulhador Paul-Henri Nargeolet; e Stockton Rush, CEO e fundador da OceanGate, empresa que liderou a viagem. Até hoje os órgãos públicos dos EUA e do Canadá participam das análises para desvendar o motivo da implosão do submersível. Não há uma previsão de quando essa investigação vai acabar.
Curiosidade
No dia 23 de agosto, a Índia divulgou as primeiras imagens feitas no polo sul da Lua, região inexplorada que fica no lado escuro do satélite. As imagens divulgadas mostraram crateras na superfície da Lua capturadas por uma câmera projetada para ajudar a encontrar um local de pouso seguro para a espaçonave.
A espaçonave Chandrayaan-3, da Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO, na sigla em inglês), estava em uma disputa com a Rússia para ser a primeira a pousar no polo sul lunar, uma região cujas crateras sombreadas contêm gelo de água que poderia suportar um futuro assentamento lunar.
A missão Chandrayaan - que significa "veículo lunar" em hindi e sânscrito - é a segunda tentativa do país de pousar no polo sul da Lua. Em 2019, a missão Chandrayaan-2 implantou com sucesso um orbitador, mas seu módulo de pouso caiu. O objetivo do país se tornou explorar a Lua com o menor custo possível.
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