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Hospital em Salvador faz primeiro implante coclear; entenda técnica

Jovem com deficiência visual e auditiva passou por procedimento neste sábado

Publicado sábado, 27 de abril de 2024 às 19:48 h | Atualizado em 29/04/2024, 08:44 | Autor: Lais Rocha e Redação
Técnica foi realizada com a jovem Beatriz Leão
Técnica foi realizada com a jovem Beatriz Leão -

O hospital Mater Dei, em Salvador, realizou neste sábado, 27, pela primeira vez, um implante coclear. O procedimento, realizado em uma paciente com deficiência visual e auditiva, foi um sucesso.

Embora a técnica ainda seja pouco conhecida pelo grande público, o implante coclear é um dispositivo de alta complexidade tecnológica e tem o objetivo de restaurar a função da audição em pacientes com deficiência auditiva profunda. A intervenção cirúrgica estimula o nervo auditivo por meio de pequenos eletrodos, fazendo com que este nervo leve sinais para o cérebro.

“A cirurgia é o primeiro passo pra gente iniciar essa reabilitação auditiva e devolver ao indivíduo a comunicação com o mundo. Muita gente acha que o paciente faz a cirurgia e vai sair ouvindo, não é bem assim. A partir de agora, aguardaremos 30 dias para ativar o implante, pois essa ativação é o início do retorno da audição”, explicou a Dra. Hagada Santiago, integrante da equipe médica responsável pela cirurgia. 

Responsável por capitanear o procedimento desta manhã, a médica otorrinolaringologista Loren Britto informou que a jovem submetida ao implante “é uma paciente que tem 21 anos que tem um histórico de múltiplas deficiências desde o nascimento. Até então, ela era reabilitada com aparelho auditivo. Mas, há um mês e meio ela evoluiu para uma surdez súbita do único lado que ela tinha de audição. Deste modo, sem ter melhora com o tratamento clínico, foi necessário fazer, o quanto antes, o implante coclear bilateral.”

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A mãe da paciente Beatriz Leão, a médica Carolina Leão, falou sobre a emoção de acompanhar o procedimento da filha. A família deixou o município de Irecê para realizar o implante em Salvador.

"Esse implante vem num momento em que é a única esperança que a gente tem hoje de voltar a se comunicar com Bia de forma mais carinhosa novamente, já que ela não enxerga também. É uma esperança enorme, uma expectativa de uma mudança incrível na vida dela, para melhor. A gente está muito feliz", disse ao A TARDE

Equipe médica responsável pelo implante coclear
Equipe médica responsável pelo implante coclear |  Foto: Lais Rocha | A TARDE

Para a otorrinolaringologista Thaizza Cavalcante, o procedimento representa uma esperança de conexão da pessoa com seus familiares e com o desenvolvimento.

"Falar de implante é falar de esperança. Para quem nunca ouviu, a esperança de passar a ouvir e conseguir se desenvolver como um ser ouvinte, e para quem já ouviu, a esperança de voltar a ouvir", descreveu a médica.

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