ELEIÇÕES MUNICIPAIS
Candidatos a prefeito de Salvador falam sobre violência de gênero
Saiba o que os candidatos a prefeito de Salvador pensam sobre o combate à violência de gênero
Por Gabriela Araújo
Os candidatos a prefeito de Salvador transformaram o palco do Centro Cultural da Câmara Municipal da capital baiana (CMS), localizado na Praça Thomé de Souza, centro da cidade, na tarde desta quinta-feira, 22, em roda de debate sobre políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres.
Com o tempo de 15 minutos cada um, os postulantes ao Palácio Thomé de Souza apresentaram propostas prioritárias para assegurar a proteção do público feminino. O debate, promovido pelo Grupo de Trabalho sobre Feminicídio na Bahia (GT Fem), foi iniciado com a candidata Eslane Paixão (UP), única mulher que pleiteia o cargo à frente da chapa majoritária.
Estiveram presentes no encontro: Victor Marinho (PSTU); candidata a vice, Fabya Reis (PT), que representou o candidato Geraldo Jr. (MDB); Giovani Damico (PCB); Kleber Rosa (PSOL). O candidato à reeleição, Bruno Reis (União Brasil) e a sua candidata a vice, Ana Paula Matos (PDT), não compareceram à conversa.
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Eslane Paixão (UP)
A estreante na corrida eleitoral começou a sequência de discussões chamando a atenção sobre o “extermínio do povo preto e preto”, que, segundo ela, atinge, em sua maioria, mulheres.
“Nós mulheres que somos a maioria que choramos a perda dos nossos filhos, dos nossos companheiros, essa violência desse estado que precisa ser extinto. O Estado burguês que só representa o interesse dos ricos”, iniciou Eslane.
Nos primeiros minutos da sua fala, a candidata se ateve a explicitar os problemas que enfrenta no desenvolvimento da sua campanha eleitoral, criticou a atual gestão municipal e não falou sobre as políticas de enfrentamento à violência de gênero.
“Não estamos sendo convidadas para os debates eleitorais e não é à toa. Por isso que a gente enfrenta todas as adversidades e mesmo recebendo 0,03% do fundo eleitoral, nós temos uma militância que tem dia após dia resgatado o que é construir a política do povo para o povo. [...]”, afirmou, ao se afiançar como o nome ideal para a capital baiana.
Victor Marinho (PSTU)
Em seguida, foi a vez de Victor Marinho (PSTU) apresentar as suas propostas para o tema, conforme foi pré-definido em sorteio, minutos antes da discussão.
Na ocasião, o candidato do PSTU voltou a defender a ideia dos conselhos populares na cidade, inclusive, um dedicado apenas para mulheres. Caso eleito, a secretária da pasta será escolhida por esses órgãos, de acordo com o postulante.
“Queremos o Estado que possa defender os trabalhadores, os setores oprimidos da nossa classe à frente que possam conduzir as suas vidas, por isso que o centro da nossa campanha é defender a criação dos conselhos populares que tenham o real poder de decisão”, disse.
Ao apresentar soluções para enfrentamento à violência, Marinho defendeu a liberdade econômica feminina como uma forma de cuidado para o público.
“[...]. A gente sabe que a violência contra a mulher está fortemente associada aos companheiros, por isso, é preciso garantir a dependência econômica das mulheres. É preciso que as políticas de geração de emprego da cidade tenham as mulheres como prioridade e garantir creches”, concluiu.
Fabya Reis (PT)
Ovacionada pela plateia, a candidata a vice-prefeita Fabya Reis (PT), que representou o candidato Geraldo Jr. (MDB), afirmou que a sua coligação “Salvador pra toda gente”, caso eleita, destinará um alto orçamento para a secretaria das Mulheres, para que a pasta tenha mecanismos para se debruçar e ampliar as políticas femininas junto com as demais repartições.
Além disso, ela defendeu a ampliação do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e criação de uma casa de acolhimento na capital.
“A política precisa ter esse tripé para ter o órgão diretor que faz essa ação, assim como o orçamento destinado para essas políticas públicas. As políticas para as Mulheres devem ser transversais, mas precisamos contar com cada braço, com a saúde, lazer e geração de emprego e renda”, frisou.
Giovani Damico (PCB)
Já Giovani Damico (PCB), penúltimo candidato a se posicionar, falou sobre o aumento da morte de mulheres trans no Brasil e defendeu o aborto livre.
“Nós temos uma perspectiva de vida das mulheres trans aqui no Brasil que é de partir o coração, elas têm uma expectativa de ao menos 35 anos de idade. Então, essa é mais uma situação que o Poder Público vai precisar abraçar. O Poder Público tem o dever de garantir o aborto legal. É claro que uma prefeitura, por si só, não tem condições de encapar, mas ela tem o papel de abraçar a bandeira da garantia da liberdade e autodeterminação sobre os seus corpos”, contrapôs Damico.
Kleber Rosa (PSOL)
Por fim, o candidato Kleber Rosa (PSOL) afirmou que as políticas de combate ao enfrentamento de gênero passa pelo debate de tarifa zero para os ônibus, ampliação de creches.
"Com a atenção devida dos recortes e da implementação da política séria para as mulheres é necessário garantir isso. Nós só vamos garantir isso, se a gente for capaz de fazer uma gestão de ruptura real com o processo que nós temos hoje", disse o psolista.
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