Vereadores de Salvador detonam julgamento de Bolsonaro: "É político"

Os vereadores de Salvador, Alexandre Aleluia e Cezar Leite, ambos do PL, criticaram o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos golpistas no dia 8 de janeiro nesta segunda-feira, 24, véspera da sessão.

Para Aleluia, o assunto está sendo tratado apenas sob o viés político e aponta uma possível desproporcionalidade na forma que o julgamento deve ser conduzido.

“Tem muita política e pouco direito quando a gente versa sobre o assunto. Não tem sentido nenhum. Eu espero que prevaleça o bom senso nesse julgamento”, disse o legislador ao A TARDE, nesta segunda-feira, 24.

E continuou: “A liberdade política do presidente seja resguardada refletindo uma grande parcela da população, que é conservadora, que apoia as bandeiras de Bolsonaro e o tem como representante”.

Já o vereador Cezar Leite opinou sobre qual o tratamento legal o ex-presidente deve receber na Suprema Corte e nega que o ex-mandatário tenha cometido qualquer tipo de crime.

“Eu espero que Bolsonaro não seja criminalizado, e sim, punido. Não é só o que eu espero, mas o que a grande maioria da população brasileira também. Em relação a nossa lei, se você for ver, não houve crime nenhum de Bolsonaro”, declarou.

Leite ainda afirma que uma possível punição a Bolsonaro aplicada pela Corte seria resultado de uma conspiração política orquestrada pelos magistrados.

“Se houver algum tipo de punição é algo que foi arquitetado claramente por ministros do STF com intenção político-eleitoral”, ressaltou o vereador.

Na manhã de terça-feira, 25, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 aliados será analisada na Primeira Turma do STF. O julgamento se estende até quarta, 26.

No documento, Bolsonaro é apontado como suposto líder de uma organização criminosa por planejar o plano de golpe de Estado.

Quem são os ministros da Primeira Turma do STF?

O colegiado que analisará o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é formado por cinco ministros: Cristiano Zanin, Carmen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luiz Fux.

A denúncia da PGR está sendo relatada pelo ministro Alexandre de Moraes, considerado desafeto político do ex-mandatário.