UB deve apoiar Lula, mas quadros importantes mantêm oposição
Legenda elegeu 59 deputados federais e aceitaria compor governo Lula com cargos de primeiro e segundo escalões
Fruto de fusão recente entre Democratas (DEM) e Partido Social Liberal (PSL), o União Brasil (UB) deve apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu mandato, que começa em 1º de janeiro, mas já passa pelo momento de transição.
A informação da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, é que a aproximação tem o apoio do presidente nacional da legenda e deputado federal, Luciano Bivar, além da maioria da bancada eleita, composta por 59 deputados federais e dez senadores.
No entanto, está previsto que alguns quadros da legenda seguirão na oposição a Lula, como o secretário-geral, ACM Neto, que foi derrotado por Jerônimo Rodrigues (PT) na eleição para o Governo do Estado da Bahia, e o ex-juiz federal Sérgio Moro, eleito senador pelo Paraná.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que Moro é suspeito para julgar Lula nos casos que condenaram e levaram o petista à prisão, em 2018, o que o impediu de concorrer ao pleito daquele ano. A soltura aconteceu no ano seguinte.
Histórico do União Brasil
Na semana do primeiro turno, especulou-se que o União Brasil poderia novamente se fundir, com o Progressistas (PP), com o intuito de fortalecer sua bancada para se opor a um eventual governo Lula (PT).
Na semana passada, com o petista já eleito, foi ventilada a informação de que o União Brasil estaria disposto a "tomar de assalto" alguns dos principais quadros do PSDB, como o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. De um lado, um apoiador de Bolsonaro no segundo turno. Do outro, alguém que rompeu com Bolsonaro durante a pandemia.
A tentativa de fisgar os quadros do PSDB não deve ter continuidade e os tucanos já cogitam Leite como presidente de uma legenda que deve ser fruto de uma fusão com o Cidadania, com quem o PSDB já está ligado em uma federação.