"CORRUPÇÃO PASSIVA"
PF indicia deputado André Janones por suspeita de 'rachadinha'
Relatório da PF aponta que o parlamentar cometeu os crimes de corrupção passiva; ele nega
Por Da Redação
A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado federal André Janones (Avante-MG) por suspeita de envolvimento em um esquema de “rachadinha” em seu gabinete. A instituição também apontou que o parlamentar cometeu os crimes de corrupção passiva, peculato e associação criminosa.
"O deputado federal André Janones é o eixo central em torno do qual toda a engrenagem criminosa gira. A investigação expôs a ilicitude de seus atos em todas as etapas, desde o início até o desfecho", diz o documento.
O relatório sobre o indiciamento do parlamentar foi encaminhado ao STF, nesta quinta-feira, 12. Além de Janones, também foram indiciados um assessor do deputado e um ex-assessor pelos crimes de corrupção passiva e associação criminosa.
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A investigação foi aberta a partir de um áudio, divulgado no ano passado pelo portal Metrópoles, no qual odeputado pede para que funcionários façam doações mensais de seus salários para compensar gastos de campanha.
À época, ele negou que estivesse envolvido no caso, o qual chamou de “falso”, e disse que as informações foram tiradas de contexto.
“Quando vamos aprender a não julgar e condenar antes do contraditório e da ampla defesa? Pensei que a Lava-Jato tinha lições. Espero que nos próximos 3 anos aprendamos a guerrear, ou em 2026 eles voltarão, com tudo! E aí, já era democracia”, escreveu Janones nas redes sociais.
Em contrapartida, o documento produzido pela PF diz que o áudio teve a "veracidade corroborada tanto pelos participantes da reunião, quanto por laudos periciais".
A corporação também reforçou seu entendimento sobre a ocorrência da 'rachadinha' analisando a quebra de sigilo fiscal e bancário do deputado, autorizada pelo STF.
O relatório ainda aponta uma variação patrimonial "a descoberto" (ou seja, quando o aumento não é justificado pela renda declarada) de R$ 64.414,12 em 2019 e de R$ 86.118,06 em 2020.
"Isso indica que, nos anos próximos ao período em que a reunião foi gravada, a diferença entre as receitas e as despesas do Deputado Federal André Janones não seria suficiente para justificar o aumento patrimonial registrado", diz o relatório.
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