CRÍTICAS
PEC da Blindagem é estarrecedora e não pode avançar, diz Jerônimo
"Gostaria de ver um Congresso discutindo e aprovando leis que realmente melhorem a vida do povo", declarou o governador

Por Anderson Ramos

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) se manifestou sobre a PEC da Blindagem na quinta-feira, 18, pelas redes sociais. O chefe do Executivo baiano seguiu o mesmo pensamento de diversos políticos e artistas e condenou a aprovação da proposta que aconteceu na última terça, 16, na Câmara dos Deputados.
“A PEC da Blindagem, aprovada na Câmara, é estarrecedora e me preocupa profundamente. Essa proposta não pode seguir adiante, pois cria privilégios para políticos e abre espaço para a impunidade. A política não pode ser um lugar de conivência nem de conveniência. O compromisso deve ser com a democracia e com a justiça”, publicou o governador no X, antigo Twitter.
“Como governador e cidadão brasileiro, eu gostaria de ver um Congresso discutindo e aprovando leis que realmente melhorem a vida do povo, como a isenção do imposto de renda, e não um Congresso voltado a defender interesses particulares”, acrescentou Jerônimo.
A PEC da Blindagem, aprovada na Câmara, é estarrecedora e me preocupa profundamente. Essa proposta não pode seguir adiante, pois cria privilégios para políticos e abre espaço para a impunidade. A política não pode ser um lugar de conivência nem de conveniência. O compromisso deve…
— Jerônimo Rodrigues (@Jeronimoba13) September 18, 2025
Enviado para análise do Senado após aprovação na Câmara, a proposta de emenda à Constituição nº 3/2021 prevê que processos criminais contra deputados e senadores só sejam abertos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com autorização do Congresso Nacional. Além disso, a proposta também estende o foro privilegiado para presidentes nacionais de partidos que tenham representação no Congresso.
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Reações
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira, 18, durante evento no Palácio do Planalto, que a PEC da Blindagem não se trata de algo "sério".
"A votação no Congresso Nacional, da prerrogativa garantindo imunidade da forma que foi garantida até para presidente de partido, não é uma coisa séria. O que precisa ser sério é a gente garantir prerrogativa de vida para o povo brasileiro, prerrogativa de trabalho, prerrogativa de educação. É isso que nós estamos precisando dar uma lição nesse país”, afirmou o mandatário.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD), garantiu que a Casa não vai aprovar a PEC. "Nunca imaginei que deputados tivessem essa sem-cerimônia. Essa PEC não passa aqui. Não passa de jeito nenhum. Isso é inimaginável", diz o senador. "Nós vamos criar para o nosso eleitor também o direito de não responder ao Judiciário? De escolher se quer ou não responder à lei?", complementou.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), reforçou a crítica de Otto. “Grande parte do Congresso age para aprovar a PEC que, pra mim, é da impunidade", afirmou, reforçando que a PEC, a qual chamou de "absurda", não será aprovada na chamada Câmara Alta.
Artistas como Caetano Veloso e Anitta também se manifestaram contra a medida. “A PEC da Bandidagem tem que receber da sociedade brasileira uma resposta socialmente saudável. Uma manifestação de que grande parte da população brasileira não admite um negócio desses”, disse o cantor e compositor baiano.
Já Anitta compartilhou um card que dizia: “PEC da Bandidagem não. Senadores, contamos com vocês”. A famosa ainda aproveitou para fazer um pedido aos fãs e admiradores que a acompanham. “Vamos ficar atentos para mais esse desserviço na nossa política”, escreveu ela na legenda da publicação.
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