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FIM DE JULGAMENTO

Caso Joel: um réu é absolvido e outro é condenado a 13 anos de prisão

Julgamento começou na segunda-feira e foi concluído nesta terça. Caso ocorreu em 2010.

Por Da Redação

07/05/2024 - 18:18 h | Atualizada em 07/05/2024 - 19:55
Julgamento foi realizado no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador
Julgamento foi realizado no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador -

Após dois dias de julgamento, o ex-policial militar Eraldo Menezes de Souza, acusado de participação na ação que resultou na morte do menino Joel, de 10 anos, em 2010, no bairro do Nordeste de Amaralina, em Salvador, foi condenado pela Justiça a 13 anos e quatro meses de prisão, em julgamento concluído nesta terça-feira, 7. O outro réu, o tenente Alexinaldo Santana Souza, foi absolvido. A decisão ainda cabe recursos, e Eraldo só começará a cumprir a pena após o esgotamento deles.

Após o julgamento, o sentimento era de revolta para a família do menino Joel. Segundo a mãe dele, Mirian da Conceição, a expectativa era de uma pena maior para Eraldo e a condenação de Alexinaldo.

“Todo mundo revoltado, porque a gente esperava a condenação dos dois, e uma pena um pouco maior para Eraldo. Estava na estimativa entre 38 e 40 anos, e saímos com 13. Mas pelo menos ele paga por alguma coisa que ele fez”, disse.

De acordo com o promotor Ariomar José Figueiredo, eles vão recorrer da decisão que absolveu Alexinaldo.

“Entendemos realmente que cabe recurso em relação ao réu que foi absolvido. Então, vamos aguardar o momento oportuno, quando seremos intimados e vamos apresentar a petição de recurso e depois apresentar as razões recursais. E efetivamente, que depois eles possam apresentar as contra-razões, e o processo suba para o tribunal”.

O advogado de defesa de Alexinaldo, Vivaldo Amaral, no entanto, celebrou a decisão que absolveu seu cliente.

“Ficou registrado em nossos corações que eles queriam justiça; eles não queriam justiçamento. E ao nosso sentir, justiça foi feita. Por quê? Porque vinculou apenas o autor do disparo à sanção penal, que eu, a despeito de não ser o meu cliente, entendo que o crime ali não foi querido pelo senhor Eraldo. Ao meu sentir, foi um homicídio culposo, sem intenção, sem dolo”, afirmou.

O julgamento de Eraldo e Alexinaldo começou na segunda-feira, 6, e continuou nesta terça.

De acordo com denúncia do Ministério Público (MP-BA), realizada em 14 de janeiro de 2011, os acusados responderam por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, fútil e por impossibilitar a defesa da vítima.

Menino Joel tinha 10 anos, quando foi morto a tiros durante ação policial em Salvador
Menino Joel tinha 10 anos, quando foi morto a tiros durante ação policial em Salvador | Foto: Reprodução

Ainda segundo o Ministério Público do estado, os réus, em ação conjunta e em uma suposta diligência policial ocorrida em 2010, entraram na Rua Aurelino Silva, no bairro Nordeste de Amaralina, efetuando vários disparos de arma de fogo, que resultaram na morte de Joel.

A criança foi atingida no rosto quando se preparava para dormir em seu quarto, localizado no primeiro andar da casa. Ainda conforme a denúncia, os policiais chegaram atirando e, durante um breve momento em que os tiros cessaram, o pai da vítima pediu a todos que se abaixassem, abriu a janela e viu policiais com armas apontadas na direção da sua casa. Logo em seguida, todos da casa deitaram no chão, exceto Joel que ficou em frente à janela, sendo então atingido no rosto.

CONFIRA TUDO SOBRE O JULGAMENTO DO CASO JOEL

- Promotora questiona ausência dos policiais que viram a morte de Joel

- “Errou, mas não quis acertar a criança”, garante advogado de Eraldo

- Mãe de Joel aponta omissão de policiais durante julgamento

- Promotor rebate afirmação de tiro acidental: “Almas sujas de sangue”

- Defesa de PM nega omissão de socorro: “Não havia nada a ser feito”

- 2º dia: julgamento do “caso Joel” será retomado nesta terça-feira

- PM responsável por tiro que matou Joel depõe: “Pisei e escorreguei”

- Testemunhas garantem que réu do ‘Caso Joel’ é exemplar

- Testemunha rebate informação sobre falta de socorro policial

- Pai de Joel diz que PMs tentaram ouvir depoimento: “Seguiram a gente”

- “Vi ele caindo”, relata irmã de menino Joel durante testemunho

- “Se afaste senão vou atirar”, diz primeira testemunha

- Irmã de Joel relembra assassinato após 13 anos

- Acusados de matar menino Joel serão julgados nesta segunda; relembre

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Tags:

condenação julgamento justiça nordeste de amaralina policial militar Salvador

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