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RETROSPECTIVA

Grupo A TARDE crava resultado das eleições na Bahia

Em mais um pleito, polarização entre petistas e carlismo deu o tom da corrida ao Palácio de Ondina

Por Dante Nascimento e João Guerra

28/12/2022 - 15:02 h | Atualizada em 28/12/2022 - 18:31
Imagem ilustrativa da imagem Grupo A TARDE crava resultado das eleições na Bahia
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Em um ano em que as eleições gerais tensionsaram as relações políticas na Bahia e no Brasil, o Grupo A TARDE, na parceria com com o instituto Atlasintel, cravou o resultado das eleições para o Palácio de Ondina e para o Palácio do Planalto nos dois turnos do pleito. A contrário do que apresentaram outros levantamentos, que apontavam o ex-prefeito de Salvador ACM Neto como vencedor no primeiro turno, o Grupo A TARDE foi o veículo que apresentou as pesquisas que mostravam o percentual de intenção de votos que chegou mais perto do resultados apresentados nas urnas nas duas rodadas de votação, nos dias 2 e 30 de outubro.

No cenário da disputa eleitoral do início de 2022, a trégua entre o grupo político de ACM Neto e o PT observada durante a pandemia da Covid-19, quando os dois lados adotaram medidas comuns em benefício da população e tiveram discurso afinado pró-vacina, encerrou assim que as primeiras luzes do ano brilharam naquele réveillon.

O tensionamento das eleições previstas para outubro se traduziu bem antes da campanha oficialmente começar. Exonerações, busca por novas alianças, traições, virada de lado, troca de acusações, candidatos punidos pela Justiça Eleitoral, a sombra do bolsonarismo na Bahia e o papel decisivo das pesquisas são alguns dos ingredientes que esquentaram o tabuleiro da política este ano.

Foi neste contexto, onde nunca antes uma declaração racial causou tanta polêmica, ou a escolha do cargo para vice-governador teve tanto peso político, em que o voto dos baianos foi guiado até o final.

Janeiro

O ano começou tenso eleitoralmente e com disputas internas nos partidos políticos. No final de janeiro, o presidente do PDT na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Jr., confirmou a expulsão de políticos que apoiam o PT, como os deputados estaduais Euclides Fernandes e Roberto Carlos. A decisão veio às vésperas da convenção que oficializou a pré-candidatura de Ciro Gomes à presidência. Na Bahia, o PDT seguiu alinhado a ACM Neto.

Fevereiro

O ex-ministro e ex-deputado federal Geddel Vieira Lima foiautorizado a cumprir pena em liberdade condicional, quando o detento pode trabalhar e voltar para casa. Ele foi preso em julho de 2017 e condenado a mais de 13 nos de prisão no caso das malas encontradas num apartamento em Salvador com R$ 51 milhões. Com a decisão, do dia 7 de fevereiro, ele pôde trabalhar e voltar para casa. Os advogados de Geddel argumentaram que ele participou de cursos de capacitação profissional no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, e no Centro de Observação Penal, em Salvador.

Março

Em 11 de março, o PT bateu o martelo e definiu que o nome do partido para disputar a eleição para o governo da Bahia seria o então secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues. Ele foi indicado após a desistência do senador Jaques Wagner (PT), que era, até então, apontado como o possível postulante do grupo petista.

No dia 14 de março, o PP rompeu com o PT e entregou os cargos que ocupava na administração estadual. Três dias depois, o vice-governador João Leão (PP) declarou apoio à pré-candidatura de ACM Neto (União Brasil) ao governo da Bahia. O Progressistas alegou que o Partido dos Trabalhadores quebrou o acordo que previa a saída de Rui Costa (PT) para a disputa ao Senado, o que permitiria a Leão assumir o governo por nove meses, por causa da lei eleitoral.

No dia 30 de março, o vereador Geraldo Júnior (MDB) foi reeleito presidente da Casa mais uma vez, após manobra regimental. Um dia depois, o governador Rui Costa (PT) confirmou oficialmente o nome de Geraldo como o vice-governador na chapa encabeçada por Jerônimo Rodrigues (PT).

Abril

O governador Rui Costa (PT) abriu espaço para acomodar o MDB na base aliada. No dia 2 de abril, o Diário Oficial do Estado trouxe a nomeação de Murilo Dias Sampaio para a secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento. Assim como outros quadros do MDB, Murilo foi exonerado por Bruno Reis (União Brasil) do cargo que ocupava na Prefeitura de Salvador, depois de o partido fechar aliança com o PT na Bahia.

Maio

O vice-governador João Leão (PP) anunciou no dia 3 a desistência da disputa ao senado. Leão era pré-candidato ao Senado federal na chapa do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil). O PP indicou o filho do vice-governador e deputado federal Cacá Leão para compor a chapa.

Agentes de endemias lotaram sessão realizada na Câmara Municipal de Salvador, no dia 10 de maio, para cobrar reajuste salarial da categoria. Era o início de um movimento que durante boa parte do ano pressionou Bruno Reis a negociar de forma séria com os servidores. A Câmara atuou como interlocutora e um projeto acabou aprovado no final de novembro. O piso ficou em R$ R$2.850.

Viralizou nas redes sociais vídeo em que o secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino, afirma que tem “amigos que dizem que fumam cigarro de maconha todos os dias para dar uma relaxada”. Ele também comentou sobre a efetividade da liberação do uso da droga. A fala ocorreu num evento realizado virtualmente dois meses antes, mas que só foi divulgado depois. Mandarino acabou alvo de muitas críticas.

Junho

Deputados estaduais aprovaram, no dia 1º, projeto de lei que pune a LGBTfobia na Bahia. A proposta prevê penalidades a serem aplicadas em função da prática de atos de discriminação na administração pública e em estabelecimentos comerciais em razão de orientação sexual e identidade de gênero.

Vereadores de Salvador, aprovaram no dia 14, a convocação do secretário de Saúde do município, Décio Martins, para explicar o suposto favorecimento da Organização Social Instituto Saúde e Cidadania (ISAC) em processos licitatórios para administrar Unidades de Pronto-Atendimentos (UPAs) e postos de saúde em Salvador.

Julho

Após dois anos sem acontecer pelas ruas de Salvador, a Festa do 2 de julho voltou a ter cortejo pelas vias soteropolitanas e foi palco de um dos temas centrais das eleições na Bahia deste ano, como foi nos pleitos gerais desde a redemocratização do país: a nacionalização da disputa local. A Bahia se firmou como um dos pontos definidores das pré-campanhas dos candidatos e o 2 de julho recebeu atos com os presidenciáveis e seus respectivos candidatos entre os baianos. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do cortejo, assim como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), já o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez motociata pelas ruas da capital baiana.

Outro tema que dominou os assuntos da política baiana foi a notícia da contratação do Instituto AtlasIntel pelo Grupo A TARDE. Na última semana do mês, foi divulgada a primeira rodada de pesquisas, que apontou uma eleição apertada e a possibilidade de virada do então pré-candidato petista ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues, em cima da candidatura do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), quando os demais levantamentos apontavam uma vitória de Neto já no primeiro turno.

Ainda em julho, líderes petistas no estado, como o governador Rui Costa (PT) e o senador Jaques Wagner (PT) se manifestaram sobre o burburinho de que o PT abriria a mão da candidatura de Jerônimo da Bahia em favor o ex-prefeito de Salvador, em troca do União Brasil apoiar Lula no cenário nacional.

O mês foi finalizado com a homologação de boa parte das candidaturas dos partidos na Bahia, após convenções partidárias. Com a maior parte dos nomes definidos, as legendas se preparavam para o início oficial da propaganda e da campanha eleitoral.

Agosto

O mês de agosto foi marcado pelo início dos debates entre os candidatos ao governo da Bahia. No primeiro, realizado pela Band, dentre os quatro convidados, só compareceram Jerônimo Rodrigues (PT), João Roma (PL) e Kleber Rosa. ACM Neto (União Brasil) não compareceu alegando agenda cheia e foi duramente criticado por seus opositores.

Em outra rodada da pesquisa Atlasintel/A TARDE, o Jerônimo e Neto apareciam em empate técnico na disputa ao Palácio de Ondina. O petista já aparecia em rota de crescimento tendo o seu nome associado ao de Lula.

Com o fim do prazo das convenções partidárias, o ex-prefeito de Salvador segurou até o último dia o anúncio oficial da sua companhia de chapa, que acabou sendo a empresária Ana Coelho (Republicanos), o que acabou frustrando políticos experientes que estavam na base de Neto e faziam força para se gabaritarem na posição de candidato a vice.

O registro das candidaturas dos dois na Justiça Eleitoral deu início a uma das maiores controvérsias do pleito eleitoral de 2022: os dois se autodeclararam pardos. A empresária voltou atrás e se autodeclarou como branca, ao passo que Neto manteve o “pardo”. Isso fez com que o herdeiro do carlismo enfrentasse diversas acusações durante a campanha do primeiro e do segundo turno de que estaria fazendo uso da declaração para ter mais recursos do fundo eleitoral.

No mesmo mês, outra baiana foi indicada a vice: Ana Paula Matos (PDT), desta vez a candidatura de vice-presidente na chapa “puro-sangue” com o postulante ao Palácio do Planalto Ciro Gomes (PDT).

Com as decisões a respeito das candidaturas tomadas para a disputa ao governo estadual os candidatos se dividiam entre gravar programas eleitorais para a rádio e TV e o início oficial da campanha em eventos na capital e região metropolitana e no interior.

Ainda neste mês, dois presidenciáveis voltaram à Bahia: Bolsonaro e Ciro Gomes. O primeiro, fez comício Vitória de Conquista, quanto o segundo participou de agenda na Cidade Baixa, em Salvador.

Setembro

No último mês antes do primeiro turno das eleições, os candidatos ao Palácio de Ondina participaram de dois debates realizados por emissoras de televisão, a TVE e a TV Bahia. ACM Neto (União Brasil) participou apenas do último, dias antes de os eleitores baianos irem às urnas. Nos confrontos, além de Neto, Jerônimo Rodrigues (PT), João Roma (PL) e Kleber Rosa (PSOL) apresentaram propostas e o embate entre Neto e Roma, que eram aliados no passado, descambou para as ofensas pessoais.

Setembro também trouxe de volta às cidades baianas os atos em comemoração do 7 de Setembro, com o retorno do desfile oficial, com as Forças Armadas e os desfiles não oficias, como o “Grito dos Excluídos”.

Nas semanas antes do segundo turno, o A TARDE apresentou duas rodadas de pesquisa realizadas pelo Atlasintel. Os dois confirmaram a crescente do petista e a possibilidade do candidato vencer a disputa já no primeiro turno.

O petista ganhou um gás a mais no último dia do mês, com um ato realizado com a presença de Lula que lotou as ruas da Cidade Baixa, em Salvador. Dias antes, no dia 26 desse mês, Bolsonaro fez comício no norte da Bahia, em Juazeiro.

Outubro

O mês começou no fim de semana do primeiro turno de votação. No sábado antes da eleição, o A TARDE divulgou mais uma rodada da pesquisa Atlasintel, que apontou a vitória de Jerônimo já no dia 2 desse mês. O petista aparecia, com 47,7% das intenções de votos válidos, muito à frente de ACM Neto (União Brasil), que acumulava apenas 40,9%.

No domingo, após a apuração dos votos, a eleição acabou indo para o segundo turno, mas com o petista com uma vantagem confortável (49,3%) contra ACM Neto (União Brasil), que teve 40,89%.

Para o Senado, os baianos reelegeram Otto Alencar (PSD). Para a Câmara, mais da metade dos 35 deputados federais pela Bahia que disputaram a reeleição obtiveram sucesso nas urnas. Otto Filho (PSD) foi o campeão de votos. O eleitorado escolheu ainda os 63 deputados estaduais eleitos para compor a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) a partir de janeiro de 2023. Na Casa Legislativa baiana, quem teve mais votos entre os parlamentares foi Ivana Bastos (PSD).

Nas semanas seguintes de campanha para o segundo turno entre Jerônimo e Neto, prefeitos, partidos e lideranças que não estavam na base do petista no primeiro turno, participaram de eventos de declaração de apoio ao candidato que ficou na frente na primeira rodada de votação.

Paralelo a isso, as pesquisas do Atlasintel, em parceira com o A TARDE apontavam a vitória de Jerônimo com tranquilidade no dia 30 daquele mês.

Nesse meio tempo, no feriado do dia 12 de setembro, uma multidão tomou a Avenida Oceânica, em Salvador, com um ato com a presença de Lula.

No dia 30 de novembro, Jerônimo Rodrigues foi eleito o próximo governador da Bahia, ao lado do seu vice, Geraldo Junior (MDB).

Novembro

Assim que foi eleito, após as comemorações, Jerônimo Rodrigues convocou uma coletiva para avisar como procederia com a equipe de transição entre a gestão do governador Rui Costa (PT) e a dele. Na ocasião, já começavam as especulações a respeito da formação do seu secretariado e do futuro político de Rui e do senador Jaques Wagner (PT), com a confirmação da vitória de Lula nas urnas.

Na época, a aposta eram de que Wagner poderia assumir alguma pasta de articulação política, ou assumir as Relações Exteriores. Já Rui, era cotado para a presidência da Petrobras, ou pastas como Economia e Casa Civil.

Durante o mês de novembro, a equipe de transição se debruçou sobre a possibilidade de fazer uma reforma administrativa para a próxima gestão que vai assumir. E Jerônimo garantia que só deveria anunciar esses nomes após a decisão a respeito dessa reforma.

Dezembro

Em dezembro, no início do mês, com o futuro do governador Rui Costa como o ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula e a permanência de Jaques Wagner na articulação política no Senado, a reforma administrativa foi enviada e aprovada na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).

O texto previa a divisão da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHS) em duas: Justiça e Direitos Humanos (SJDH) e Assistência e Desenvolvimento Social (Seades). Além disso, a Bahiatursa foi extinta e sua estrutura será absorvida pela Secretaria Estadual de Turismo, ao passo que, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial será transformada em Secretaria da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais e a Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA) muda de status e passa a se chamar Superintendência de Desenvolvimento Agrário (SDA).

Com esse caminho traçado, o próximo governador baiano e o seu vice, Geraldo Junior (MDB), começaram a anunciar a composição do seu secretariado.

A Bahia também ganhou destaque no plano nacional com mais outro nome que deverá ocupar um cargo na Esplanada dos Ministérios no governo Lula. A cantora e compositora Margareth Menezes foi indicada pelo presidente eleito para assumir a passa da Cultura a partir de janeiro de 2023.

Além de Rui e Margareth, João Jorge vai ser o novo presidente da Fundação Cultural Palmares, e o atual secretário estadual de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, será secretário especial do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), pasta vinculada ao Ministério da Casa Civil.

Em Salvador, a poucos dias do início do recesso parlamentar da Câmara Municipal, o Supremo Tribunal Federal decide por validara eleição para a Mesa Diretora da Casa realizada em março. Com isso, com a renúncia de Geraldo Junior para ser o vice-governador do estado, Carlos Muniz (PTB) assume o comando do Legislativo soteropolitano.

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Tags:

ACM Neto Bahia geraldo junior Jerônimo Rodrigues Política retrospectiva

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